Conferências: Resumos/Objetivos
C1: O Ponto de Vista na Arte e na Ciência
de 1500
Em torno
de 1500 ciência e arte se encontraram. A teoria da perspectiva ou
melhor “da representação verdadeira” encantou
arquitetos, matemáticos, pintores, físicos e
anatomistas.
Piero della Francesca chegou a demonstrar com admirável elegância
que o desenho em perspectiva guardava as devidas proporções com os
objetos representados, assim como eram vistos.
O ponto de fuga e o ponto de vista passavam a ser incorporados no
desenho e na pintura.
O observador tornava-se assim essencial na representação dos
objetos e do movimento dos corpos. Nascia o referencial, que nunca
mais abandonaria a física.
A teoria da nova representação permitia reconstruir os objetos
vistos a olho nu ou, mais tarde, através do telescópio. O rigor da
representação e da interpretação do que era observado tornara-se
uma obsessão. As portas da anatomia, da cartografia, da astronomia
estavam abertas. Cento e cinqüenta anos depois Galileu poderia
dizer que eram vales e montanhas as manchas claras e escuras
observadas na Lua através do telescópio.
Os corpos celestes, como a Terra eram também irregulares. Não éramos
mais os únicos corruptíveis no universo.
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C3: Os Documentos Matemáticos de Antônio
Ferrão Moniz de Aragão: Uma grata surpresa na Bahia
oitocentista.
Nos idos de 1813 nasceu na Cidade da Bahia, o polimorfo
escritor Antonio Ferrão Moniz de Aragão. Filho
de legítimos representantes das elites da Província
foi enviado a estudar na Europa em 1824, lá vivendo pouco
mais de dez anos. Após um período inicial muito difícil
na França, onde aprendeu apenas o francês,
foi para a Inglaterra no ano de 1826, e iniciou, de fato, a sua
vida acadêmica. Durante sua estadia em Londres desenvolveu
o gosto pelos estudos, fortemente influenciado pelo Sr. Comfield,
diretor da escola que lá freqüentou. Remonta desse período
a sua descoberta e encantamento pela matemática.
Em 1831 iniciou, na Universidade de Londres, o curso de Philosophy
Natural, porém, o fascínio pela matemática
fez com que freqüentasse aulas particulares desta disciplina
em paralelo aos estudos universitários regulares. Em 1835
retornou à Salvador trazendo consigo uma grande quantidade
de livros, de tal modo que montou uma das maiores bibliotecas aqui
existentes. Após anos e anos de estudos, iniciou, na década
de cinqüenta do século XIX, um novo período,
que se estendeu até aproximadamente a sua morte, onde se
dedicou a escrever sobre os mais diversos assuntos (matemática,
história, filosofia, biologia, religião, física,...)
por ele estudado ao longo de toda a sua vida. Neste trabalho que
ora submeto ao Comitê Acadêmico, pretendo abordar os
documentos matemáticos esritos por Antônio Moniz. Esses
documentos são de dois tipos: editados e manuscritos (não
publicados). O primeiro tipo é constituído pelo seu
livro didático, denominado Elementos de Matemática
e publicado em 1858 pela Thypografia Pedrosa de Salvador. Fez, nesta
obra, uma tentativa de apresentar a Aritmética sob um ponto
de vista rigoroso, enunciando axiomas, definições
e teoremas. Seu objetivo não era apenas ensinar a contar,
mas mostrar todas as relações que poderiam estabelecer
entre as noções de quantidade e número. O segundo
bloco é formado pelos seguintes manuscritos: Geometria e
Mecânica Racional, Cerderística ou Aritmética
Aplicada, Sintática ou Cálculo das Probabilidades,
Metrologia Geral ou Geometria e Mecânica Concreta, Álgebra,
Matemáticas Abstratas e Cálculo Diferencial e Integral,
escritos entre 1865 e 1886. São manuscritos de real valor
histórico pois permitem uma série de ilações
a respeito da matemática praticada em Salvador ao longo dos
anos oitocentos.
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C4: Mulheres Matemáticas
Durante o desenvolvimento do nosso trabalho, História da
Matemática- Projeto aprovado pelos Departamentos de Matemática
da Ufba e o Departamento de Ciências Exatas e da Terra da
Uneb, nós ficamos curiosas quanto aos nomes de mulheres matemáticas
citadas na história. Durante as nossas pesquisas, vimos que
existia um enorme preconceito em relação às
mulheres que se dedicavam à ciência e em particular
as mulheres matemáticas, principalmente antes do século
XX. Vimos que apesar da grande discriminação, principalmente
na idade antiga, muitas mulheres corajosas e talentosas se destacaram
e deixaram seus nomes gravados na história da matemática.
No nosso trabalho, não nos detivemos nos seus trabalhos científicos
e sim na história de vida e luta destas mulheres. Resolvemos
então reunir este material e apresentamos como palestra no
6º Encontro de Matemática na Ufba. Devido a boa repercussão
no meio acadêmico, fomos incentivadas por colegas à
reapresenta-la para um público maior.
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C5: O ensino do Cálculo e da Análise Matemática.
Para divulgação entre aqueles que devem decidir se
se interessam ou não em assistir à conferência,
o melhor é o texto anterior sobre objetivos.
No entanto, como ementa para consumo interno, sugiro
o seguinte texto: A evolução do ensino do Cálculo
e da Análise Matemática nos países da Europa
e nos Estados Unidos; sua influência no ensino universitário
brasileiro. As duas fases desse ensino em nosso país, antes
e depois de 1960. Os problemas atuais: a melhor metodologia para
maximizar o aprendizado e reduzir a reprovação
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C6: As possiblidades da informática na
sala de aula de Matemática
A conferência tem como propósito
apresentar diferentes possibilidades de uso de softwares no ensino e
aprendizado da matemática escolar. Na apresentação será dada ênfase
aos software de domínio público, com isto viabilizando-se, através
dos professores ouvintes, o uso de diferentes softwares nas aulas de
matemática de escolas que disponham de laboratórios de informática.
Neste contexto informatizado serão abordados tópicos em geometria
plana e espacial, funções, relações e gráficos; transformações
geométricas no plano.
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C7: A Geometria do Táxi e a Geometria Dinâmica
Introdução à Geometria do Táxi: a taxi-distância
entre dois pontos; A taxi-circunferência e o taxi-compasso
no Cabri; A taxi-distância de um ponto a uma reta no Cabri;
A taxi-mediatriz no Cabri; A taxi-elipse no Cabri.
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C8: Calculus of Vector Fields using JAVA
We present a sophisticated JAVA tool that invites a unified visual
appraoch to differential and integral vector calculus and to dynamical
systems (differential equations). The tool as free and runs on any
JAVA enabled WWW-browser The orginial first idea was: If zooming
is so much better for understanding derivatives in the first calculus
course (than the traditional secant lines which become tangent lines),
why then not zoom on vector fields to study their derivatives, especially
the curl and the divergence? Our JAVA Vector Field Analyzer II demonstates
how easy it is -- but it laid bare a major shortcoming of the traditional
approach which neglected the prior study of linear fields. No surprise
then that so few students develop a deep understanding of divergence
and curl.The next step was to provide for each kind of zooming lens
a matching tool to display the corresponding flow. Here it is critical
that the user can not only define discrete initial conditions, but
indeed draw regions of intial conditions whose size, shape, and
orientation are governed by the integrals of the derivatives of
the +vector field. The third component provides the tools to analyze
and visualize both kinds of line integrals, combining instant numerical
calculations with visual displays and means to move, modify, and
especially shrink contours to a point. This latter recovers the
geometric definitions of the derivatives. We will conclude with
a few remarks regarding the possible different displays of co- and
contravariant fields, links to linear algebra, and uses in introductory
complex analysis.
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C9: aComputer Álgebra
for Visualizing Curvature
Curvature is the geometric measure of how far a smooth object is
from being linear. Geometrically, curvature may be defined in very
simple elegant ways -- but the algebraic formulae in coordinates
are typically messy.As such curvature is predestined to be studied
with the aid of a acomputer algebra
system (CAS). Indeed, we feel that by relying on CAS, curvature
may regain the more prominent place in our curricula that it used
to have, and it still deserves: understanding linearity in all its
guises is a key objective of our curricula -- and this also includes
a solid and intuitive sense that quantifies the distance from being
linear. From the antique (helices as constant curvature curves and
Dido's problem), through such classics as Gauss, all the way to
general relativity (curved space-time) and most recently optimal
control, curvature has been, and still is a core subject of mathematics.
CAS at our finger-tips now make it accessible for everyone. In this
talk we take a graphically oriented approach to curvature, leaving
the lengthy technical calculations to the CAS. Starting with curvature
of plane and space curves, we proceed to curvature of surfaces imbedded
in 3-space. The highlight of the talk is an interactive visualization
of the interaction of curvature (coded by color) with properties
of the geodesic spheres and geodesic spray. The central property
of interest is that positive curvature "focuses" geodesics
(or light-rays), whereas negative curvature is a sufficient condition
for optimality of geodesics. We end with a brief preview of how
such CAS-aided visually-oriented approach nicely extends to the
next steps: curvature of abstract manifolds and curvature of optimal
control.
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C10: Cálculo com Aplicações:
atividades computacionais e projetos
Nosso trabalho é fruto de um trabalho coletivo e da experiência
de vários anos lecionando e coordenando as disciplinas de
Cálculo de uma e de várias variáveis para alunos
dos cursos de Ciências Exatas e Tecnológicas da Unicamp.
Apresentaremos uma amostra do material de apoio desenvolvido (atividades
de laboratório e projetos), juntamente com a metodologia
utilizada. Os conceitos básicos de limite, derivada e integral,
que sustentam as disciplinas de Cálculo, são explorados
sob os pontos de vista analítico, algébrico, geométrico,
numérico, gráfico, histórico e físico.
A ferramenta computacional atua como ampliadora de possibilidades
auxilia na formulação e validação
de conjecturas, concretiza a visualização gráfica,
e permite cálculos algébricos mais elaborados, bem
como aproximações numéricas. O trabalho com
projetos, por sua vez, abre espaços no modelo tradicional
de ensino, fortalecendo o papel do aluno como protagonista de seu
processo de construção e apropriação
de conhecimento
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C11: Uma Introdução à Geometria Hiperbólica
num Ambiente Informático.
O objetivo da conferência é dar uma visão panorâmica
da história das geometrias não euclidianas. Para isto
dividiremos a apresentação em 2 partes. Na primeira
parte destacaremos a existência da geometria absoluta, ou
seja, a existência de uma parte da geometria que pode ser
desenvolvida sem a utilização do postulado das paralelas
(quinto postulado de Euclides); a insuficiência dos postulados
de Euclides e o surgimento de uma nova geometria. Na segunda parte
apresentaremos os modelos da geometria hiperbólica a partir
do software de geometria dinâmica Cabri-géomètre.
No modelo de Klein-Beltrami visualizaremos dinâmicamente inúmeros
resultados da geometria euclideana não válidos na
geometria hiperbólica. Apresentaremos a barra do menu hiperbólico
do modelo do disco de Poincaré. A seguir faremos dinamicamente
a passagem do modelo do disco de Poincaré para o semi-plano
de Poincaré. Esta passagem será realizada graças
à gestão dos pontos no infinito presente no Cabri.
Uma outra passagem interessante de se visualizar é quando
o raio do disco de Poincaré tende ao infinito, nesse caso
o modelo do disco se aproxima do modelo euclideano. Finalmente mostraremos
visualmente a passagem do modelo de Klein-Beltrami para o disco
de Poincaré . A introdução de um software de
geometria dinâmica constitui-se num grande elemento de apoio
ao processo de aprendizagem de novos conceitos.
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C12: Atividades Dinâmicas Com o Winplot,
Winmat e Cabri-Géométre II
Esta palestra/conferência tem como objetivo apresentar atividades
matemáticas em três softwares de grande utilidade prática
e fácil manuseio. São eles: Winplot, Winmat e Cabri-Géomètre
II. Com o Winplot (versão em português) abordaremos
tópicos mais avançados, relacionados à animação
de curvas e superfícies no plano e espaço. A idéia
é que podemos visualizar "continuamente" curvas
e superfícies, utilizando equações simples
da Geometria Analítica. No Winmat (versão preliminar,
em português) faremos uma atividade "passo a passo"
com o tópico escalonamento de matrizes. A novidade neste
caso é que podemos comandar no programa as operações
nas linhas da matriz, personalizando e ao mesmo tempo dinamizando
o escalonamento. Finalmente, exploraremos no Cabri-Géomètre
II o sutil conceito de "radiano". Este conceito é
usualmente mal formulado e compreendido no Ensino Médio,
e pelo que pudemos observar nos estudantes de Matemática
e Engenharia, é também obscuro para eles.
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C13: A Teoria da Evolução na Solução
de Problemas de Otimização
Existem problemas de Otimização que não possuem
métodos exatos capazes de resolvê-los. Para esses problemas,
geralmente são utilizados métodos heurísticos
de resolução, que buscam encontrar uma resposta suficientemente
próxima à melhor solução sem, no entanto,
garantir que ela seja a melhor resposta para o problema apresentado.
Uma heurística que tem sido aplicada com sucesso são
os Algoritmos Genéticos, que baseiam seu método de
busca na Teoria da Evolução de Charles Darwin O funcionamento
dos Algoritmos Genéticos, bem como seus operadores, serão
esclarecidos, explicando como a Teoria da Evolução
pode contribuir para solução de problemas Matemáticos.
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C15: Uma Prova da Desigualdade Isoperimétrica
Minimização de um funcional definido no espaço
das curvas convexas que delimitam uma área fixada. Resumo:
Existem várias provas para a desigualdade isoperimétrica
que se encontra na literatura clássica de Geometria Diferencial.
A prova a ser apresentada não é encontrada de modo
geral nos textos. Utilizará o método direto do cálculo
das variações para minimizar o funcional que associa
a cada curva plana convexa que delimita uma área fixa, o
seu comprimento.
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C16: Álgebras Normadas e o Teorema de Hurwitz
No início do século XIX, na efervescência da
polêmica entre geometria euclidiana e nâo-euclidiana,
um outro problema que atormentava os matemáticos da época,
era conceber uma állgebra diferente da álgebra de
números. Mais precisamente, admitir a existência de
uma consistente álgebra na qual a lei comutativa do produto
não fosse válida, era uma árdua idéia,
muitas vezes considerada até ridícula. Foi assim que
em 1843, Willian Rowan Hamilton, forçado por considerações
físicas, estabeleceu uma álgebra na qual a.b ? b.a,
a álgebra dos números quaterniônicos. Para chegar
a sua descoberta, Hamilton começou considerando os números
complexos como pares ordenados de números reais e estabeleceu
a álgebra (comutativa) dos números complexos, üal
qual a conhecemos atualmente. Essa construção foi
feita de tal forma que a álgebra dos números reais
estava contida na álgebra dos números complexos. Após
observar que para ternas ordenadas de números reais seus
objetivos não se concretizavam, ele passou então a
considerar quadruplas ordenadas de números reais, as quais
chamou de quatérnio, tendo os números reais e complexos
ambos contidos nesse sistema numérico. Sendo assim, a questão
que surgiu foi: "Para quais valores de n, as n-uplas ordenadas
de números reais define uma álgebra de números?".
A resposta final a esta pergunta foi dada por Hurwitz em 1898 quando
ele demonstrou que o resultado era verdadeiro apenas nos casos n
= 1, 2, 4, 8, ou seja para as álgebras dos números
reais, complexos, quaterniônicos e octoniônicos (também
conhecidos como números de Cayley) Posterormente várias
outras provas foram feitas na tentativa de uma melhor compreensão
das álgebras quaterniônica (não-comutativa)
e octoniônica (não-comutativa e não-associativa).
A prova que apresentaremos, feita por Morton Curtis em 1989, utilizaremos
apenas conhecimentos básicos de estruturas álgebricas
e a teoria da Álgebra Linear.
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C17: Contando os pontinhos do Geoplano: O teorema
de Pick e o algoritmo de Euclides
Qual a área de um polígono com vértices de
coordenadas inteiras ? O Teorema de Pick nos oferece uma fórmula
simples para calcular esta área em função apenas
do número de pontos de coordenadas inteiras no interior e
na fronteira do polígono. Nesta conferência abordamos
o teorema, sua demonstração usual e uma demonstração
alternativa, usando os ângulos internos do polígono.
Surpreendentemente, o Teorema de Pick pode ser utilizado para provar
o teorema da co-primalidade, que diz que, se p e q são inteiros
e primos entre si, então existem a e b inteiros tais que
ap + bq = 1.
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C18: O Maior Teorema da Matemática: A Teoria
dos Grupos e a Classificação dos Grupos Simples
O imenso esforço para classificar os grupos simples foi finalmente
recompensado no início dos anos oitenta do século
vinte, quando demonstrou-se a existência de apenas cinco famílias
de grupos, sendo algumas delas infinitas, que esgotavam inteiramente
estes objetos de importância fundamental na teoria dos grupos.
Chegava a termo uma longa jornada que, em sua arrancada final, demorara
quase três décadas, mas que começara, podemos
afirmar, já na segunda metade do século dezenove.
É certamente pretensioso, em qualquer ramo da Matemática,
apresentar-se um teorema como o maior; todavia, nesta apresentação,
tentaremos mostrar que o Teorema de Classificação
dos Grupos Simples merece de fato este título! Em linguagem
elementar, ou seja, sem abordar os aspectos técnicos intrincados
que envolvem esta questão, observaremos algumas interessantes
características deste resultado: o fato de, possivelmente,
pela primeira vez na história da Matemática, uma questão
ter sido atacada de modo organizado e quase programático;
o imenso número de estudiosos, nos mais diversos países,
envolvidos neste esforço e a esmagadora quantidade de artigos
publicados sobre o tema, e tudo isto sem que se recorresse aos computadores!
Ademais há a extrema importância deste teorema, não
apenas para a Álgebra e Teoria dos Grupos em particular,
mas para todos os ramos da Matemática, haja a vista sua influência
em praticamente todos os campos de estudo desta ciência; e
até a extrapola, repercutindo na Lógica, Ciência
dos Computadores, Física e mesmo na Química. Se todos
estes fatos não lhe justificam o título, podemos ainda
lembrar dos milhares e milhares de páginas necessárias
para apresentá-lo integralmente!
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C19: Arquimedes e a quadratura da parábola
O estudo do segmento parabólico resgata o germe do cálculo
integral, com o resultado de Arquimedes sobre a quadratura da parábola
que utiliza o princípio da exaustão de Eudoxus. Tal
princípio pode ser formalizado neste problema com a abordagem
via progressão geométrica. O estudo desta quadratura
integra ainda conceitos de geometria (área de figuras planas),
cálculo diferencial (derivadas e Teorema do Valor Médio)
e integral (áreas).A extensão tridimensional do problema
da quadratura permite conjecturar se a relação estabelecida
por Arquimedes se estende para o espaço e sob que condições
isso ocorre. Neste processo de indagação traçamos
um panorama dos principais conceitos do Cálculo de várias
variáveis: curvas no plano e no espaço; superfícies;
parametrizações; interseção de superfícies;
superfícies e sólidos de revolução;
gráfico de funções de duas variáveis;
plano tangente e diferenciabilidade; multiplicadores de Lagrange;
cálculo de volumes e áreas de superfícies;
centro de massa e teorema de Pappus. A ferramenta computacional
apóia o levantamento de conjecturas algébricas e gráficas.
A própria produção computacional de ilustrações
para o problema pode motivar novas descobertas. A sistematização
do raciocínio alimenta a conquista de belas soluções
e de possíveis desdobramentos.
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C20: Percolação em Árvores
e a Eva Mitocondrial
Estudiosos da evolução humana têm debatido intensamente
duas possíveis teorias. Uma delas afirma que o homem moderno,Homo
sapiens, teria se originado unicamente na África e daí
se difundido por todo o resto do mundo, substituindo outras espécies
primitivas de hominídeos que encontrava em outras regiões.
A outra teoria prega que o que hoje chamamos homem moderno resultou
de uma evolução multi-regional. Mutações
evolutivamente favoráveis que aconteciam em uma determinada
região eram propagadas a outras através de migrações.
Um argumento muito forte a favor da hipótese da origem africana
apareceu em 1987 num trabalho na revista Nature de R. L. Cann, M.
Stoneking e A. C. Wilson. Análises das variações
do DNA mitocondrial (mtDNA) em pessoas vivas levaram a pensar que
todos os tipos atualmente existentes de mtDNA ter-se-iam originado
em uma única fêmea que teria vivido na África
há cerca de 200 mil atrás. Esta fêmea passou
a ser conhecida como a Eva mitocondrial. Nesta conferência
pretendemos brevemente revisar as razões por trás
de ambas as teorias e explicar como os estudos de mtDNA parecem
levar à Eva mitocondrial. Em seguida, iremos explicar o que
é percolação em um contexto geral e mostrar
como um modelo de percolação em árvores está
ligado à questão do mtDNA. Em particular, veremos
que modelos razoáveis para a evolução demográfica
humana são incompatíveis com a possibilidade de existência
da Eva mitocondrial.
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C21: Caos e Cosmos
Nosso ponto de partida será a arte grega e renascentista,
isto é, a visão clássica de beleza, rica em
proporções e harmonia, e de extremo realismo. Defendemos
a tese de que tal visão inicial de arte é abstraída
muito diretamente da natureza, já que, por exemplo, a conhecida
proporção áurea está freqüentemente
presente nos seres vivos. Notando a complexidade dos processos dinâmicos
de gênese e crescimento desses seres, tentamos explicar porque
esses processos convergem para tais proporções. Mais
recentemente, em computação gráfica, têm
sido usados fractais para modelar (desenhar) paisagens e plantas
em grande complexidade. Explicamos o que são fractais e por
que razão tal modelagem funciona.
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C22: Considere uma vaca redonda; uma intrudução
à modelagem
Nos cursos de calculo que ensinamos e difícil escapar
de pragmatismo de apresentar a matéria, fazer exemplos, e
seguir em frente. As tentativas de dar aplicações
mais interessantes esbarram no usual isso cai na prova?.O
seminário da vaca redonda foi uma tentativa feita na PUC-Rio
no verão de 2004, de fazer os alunos pensarem livremente
, aplicando tudo o que soubessem para responder a perguntas reais.
Bibliografia: Consider a spherical cow, John Harte
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C23: Auto-valores de Matrizes e Teoria da Decisão
A Matemática sugere um modo conveniente de apresentar um
problema de Decisão quando o coloca sob a forma de matriz
(também chamada matriz de resultados ou matriz decisória).
A representação matricial do problema de decisão
é particularmente conveniente porque podemos, por exemplo,
utilizar as linhas da matriz representando as estratégias
disponíveis (uma linha para cada estratégia), e as
colunas como os estados da natureza, ou mesmo as ações
disponíveis. A matriz decisória pode ser considerada
um meio eficaz de estruturar e representar as informações
relevantes de um problema prático. Uma questão
que pode ocorrer e, de fato, ocorre com freqüência, é
aquela da inconsistência dos dados colhidos junto
aos especialistas. Isto pode ocorrer devido a falhas na consistência
das matrizes individuais dos especialistas, ou nos processos de
incorporação dos resultados, ou mesmo por acumulação
de erros de precisão, dentre outras formas de inconsistência.
Nesse caso os resultados obtidos se tornariam ineficazes aos objetivos
do modelo, ou seja de nada ajudariam na tomada de decisão.
A consistência de uma matriz (recíproca e positiva)
pode ser analisada a partir do auto-valor máximo da matriz
em questão. Nesse trabalho, serão apresentados exemplos
práticos e os resultados teóricos necessários
a compreensão da questão.
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C24: Modelando matematicamente a dinâmica
de patologias: a resposta a um tratamento do câncer
com metástase.
A modelagem matemática e computacional da dinâmica
de patologias é um importante tópico da Biomatemática
e da Física Biológica. Modelos contínuos (equações
diferenciais) e discretos (autômatos celulares) têm
sido utilizados para descrever tanto o processo de propagação
de epidemias em uma população quanto a evolução
dinâmica de uma doença num indivíduo. Nesta
conferência, pretendemos apresentar os conceitos básicos
e as diversas abordagens destas linhas de pesquisa fortemente interdisciplinares,
bem como modelos que temos desenvolvido e investigado para descrever
aspectos essenciais da dinâmica das patologias, tais como
câncer, malária e epidemias de sarampo. Em particular,
focalizo a atenção de modelo de equações
diferenciais com atraso temporal, que propusemos recentemente [1],
para simular o tratamento quimioterápico de câncer,
no qual levamos em conta a possibilidade da formação
de metástase num órgão secundário. Trata-se
de um modelo determinístico de equações diferenciais,
cujas variáveis modelam a densidade de células normais,
de células cancerosas e do agente quimioterápico nos
tecidos primário e secundário. Tal agente tem ação
predatória diferenciada sobre as células normais e
cancerosas que, por sua vez, competem entre si pelos recursos disponíveis.
Assumimos ainda que células cancerosas do órgão
primário podem migrar, após um certo tempo, para o
órgão secundário. Objetivamos apreender aspectos
globais da resposta do indivíduo ao tratamento, relacionando-os
aos parâmetros do modelo, através do estudo da estabilidade
local e não-local das soluções estacionárias
e de investigações numéricas do seu espaço
de parâmetros. Finalmente interpretamos, em termos fisiológicos,
nossos resultados e buscamos identificar as regiões do espaço
de parâmetros para as quais a ação predatória
do tratamento permita a cura, ou seja, a vitória
das células normais sobre as células cancerosas. [1]
Pinho, Freedman and Nani, Math. Comput. Model. 36, 773 (2002).
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C25: Modelagem do Sistema Climático
A modelagem do clima terrestre depende, fundamentalmente, do balanço
de energia e momentum do sistema acoplado atmosfera/oceano/biosfera.
Historicamente, observa-se que as primeiras simulações
do sistema climático, com modelo mais realistas, eram baseadas
somente no sistema atmosférico. Na década de 80 começaram
a surgir as primeiras simulações com o acoplamento
da atmosfera com os oceanos e criosfera que exercem um importantíssimo
papel no transporte de calor entre a região equatorial e
polar. Apesar de reconhecida a importância do efeito da biosfera
no clima, foi somente na década de 90 que começaram
a surgir os primeiros modelos mais complexos e finalmente no final
do século. O sistema de equações que governa
o sistema climático pode ser colocado de forma esquemática
como equações com características principalmente
hiperbólicas e parabólicas. Outro ponto interessante
é que a parte linear das equações que regem
a atmosfera e oceanos apresenta soluções na forma
de ondas de alta e baixa freqüência, com grande separação
de escala temporal. A parte não linear das equações
promove o acoplamento entre as escalas temporais e espaciais e dá
origem a fenômenos extremamente importantes para o clima terrestre
como, por exemplo, o fenômeno El Niño que tem enorme
implicação no clima terrestre. A não linearidade
do sistema climático também dá origem a soluções
que mostram comportamento caótico e/ou transições
abruptas que já foram observadas no passado e que hoje constituem
uma área de pesquisa muito fértil em função
do fato de o sistema climático estar sendo forçado
pelo Homem em níveis nunca antes observados. Também
serão abordados os requisitos computacionais para as simulações
realistas do sistema climático terrestre com ênfase
na evolução dos processamento das aplicações
das arquiteturas de processamento vetorial e paralelo.
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C26:Problemas de autovalores associados a polinômios
ortogonais e similares
Os polinômios ortogonais são ferramentas essenciais
para a solução de muitos problemas de Matemática
e Ciências Aplicadas e, por exemplo, vêm contribuindo
nos estudos relacionados a Teoria de Números, Equações
Diferenciais, Frações Contínuas, Estabilidade
Numérica e Algoritmos Rápidos. Seja uma função
limitada e não decrescente em tal que todos os momentos ,
, existem. Então, a seqüência de polinômios
ortogonais , associada à medida é definida
por a) é de grau exatamente , b) . Sem perda de generalidade,
consideramos aqui os polinômios na forma mônica. Uma
das propriedades mais interessantes desses polinômios é
a relação de recorrência de três termos:
, , com e . A relação de recorrência e/ou os
coeficientes que nela aparecem permitem fácil obtenção
de muitas informações relacionadas a estes polinômios.
Um dos resultados que apresentaremos nesta exposição
é que os zeros do polinômio são os autovalores
da matriz simétrica tridiagonal de ordem , onde para e para
. Este é um resultado bem conhecido e suas aplicações
foram exploradas por vários pesquisadores. Quando falamos
de polinômios similares aos ortogonais estamos nos referindo
à seqüência de polinômios gerada pela relação
de recorrência modificada , , com e . Como exemplos desses
polinômios temos os polinômios de Laurent ortogonais,
certos polinômios de Szegö, polinômios para ortogonais
e somas parciais de certas séries infinitas. Os zeros de
também podem ser dados como auto-valores de uma matriz. Entretanto,
esta matriz é do tipo Hessenberg e mostramos que o problema
de autovalor associado neste caso é bem mais rico que o problema
associado aos polinômios ortogonais. Apresentaremos um exemplo
onde os zeros de estão localizados (na fronteira) do círculo
unitário. Apresentaremos, também, uma aplicação
baseada neste exemplo.
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C27: Peliculas e bolhas de sabão
Definições fundamentais; exemplos, noção
de equilibrio estavel; resultados fundamentaissobre estabilidade
de superficies minimas e de curvatura media constante.
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C28: Regressão Linear Uma proposta
para o Ensino Médio
O problema de coletar e analisar dados é comum a muitas áreas
da atividade humana. É freqüente a ação
de medir certa grandeza y em função de
outra x. Não raro procura-se obter uma relação
entre tais grandezas a fim de prever resultados. O método
dos mínimos quadrados se constitui numa ferramenta importante
de se obter a aproximação a uma função
polinomial de um conjunto de dados coletados. O método dos
mínimos quadrados é uma ferramenta comum no terceiro
grau e uma interessante aplicação dos conceitos de
álgebra linear. A demonstração dos conceitos
pertinentes a este método é, portanto, comum neste
nível. Entretanto, tais conceitos são ainda muito
distantes do conhecimento requerido e apresentado no ensino médio.O
objetivo da presente proposta é a apresentação
de conceitos pertinentes a tal método de forma geométrica
e algébrica, com o fim de mostrar não apenas a aplicação
da regressão linear e quadrática bem como conceitos
como matrizes e sistemas lineares. Por se tratar de um contexto
de ensino médio, pretende-se lançar mão de
recurso visual (modelo concreto e recurso de multimídia)
a fim de mostrar aspectos geométricos na resolução
de um sistema e conceito de projeção ortogonal. Segue-se
a formulação algébrica de tais conceitos com
o uso de matrizes e a demonstração de um único
teorema que servirá de subsídio para formulação
do método dos mínimos quadrados usando como ferramenta
de resolução o processo de inversão de matrizes
que, no caso da regressão linear, é uma matriz 2x2.
Por fim, apresenta-se a expansão deste conceito para a aproximação
a funções polinomiais de grau maior. Não se
trata de um conceito novo, mas sim de uma abordagem que pretende
alcançar pessoas que ainda não galgaram degraus mais
elevados no conhecimento matemático. Muitos jovens não
se quedarão à área de exatas, entretanto, oferece-se
um conhecimento útil a diversas áreas do conhecimento
humano e uma motivação adicional aos amantes dos prazeres
da matemática.
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C29: Aplicações da Teoria Elementar
dos Números ao estudo de pontos periódicos em Sistemas
Dinâmicos
Nesta conferência, consideramos os problemas da determinação
e da contagem dos pontos periódicos de um sistema dinâmico
discreto. Tratamos de dois sistemas específicos que, apesar
de serem simples de definir, possuem uma dinâmica complexa,
de fato caótica. Inicialmente, analisamos o sistema definido
pela aplicação dos números reais f(x)=10 x
(mod 1). Por meio do Teorema de Euler-Fermat, mostramos que os pontos
periódicos são exatamente os números racionais
da forma (reduzida) m/n, onde n não é divisível
por 2 ou 5, e que o período de m/n é um divisor da
função de Euler _(n). Posteriormente, consideramos
a dinâmica das aplicações conhecidas como shift
(deslocamento) e sub-shift de tipo finito definidas no conjunto
formado pelas seqüências de dois símbolos, por
exemplo 0 e 1, e num subconjunto do mesmo, respectivamente. Mostramos
como a Fórmula de Inversão de Möbius pode ser
utilizada na contagem de pontos periódicos destas dinâmicas.
Caso haja tempo disponível, para efeito de completude, faremos
as demonstrações do Teorema de Euler-Fermat e da Fórmula
de Inversão de Möbius.
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C30: Olimpíada de Matemática: uma
porta para o futuro.
A Olimpíada de Matemática vem conquistando a cada
ano mais estudantes em nosso país. Para se ter uma idéia,
em 2003, a Olimpíada Brasileira contou com a presença
de cerca de 150.000 alunos em sua primeira fase, e, além
disso, vários estados brasileiros já contam com sua
própria competição de matemática. Nesta
palestra, vamos contar um pouco da história das competições
de matemática no mundo e apresentá-las, não
como forma de diferenciação entre pessoas, mas sim
como projeto de forte inclusão social e alternativa para
melhorar o ensino do país, daí o título: Olimpíada
de Matemática: uma porta para o futuro. Mostraremos
todas as competições na qual um aluno pode vir a participar,
e também destacaremos alguns exemplos de problemas tipicamente
de olimpíada. A matemática destas competições
é algo dinâmico, divertido e estimulante para aqueles
estudantes e professores que estão envolvidos. Daremos também
várias dicas aos professores sobre como montar um projeto
Olimpíada de Matemática na sua escola, com bibliografias,
conteúdos, horários... Ao fim do encontro, haverá
uma exibição de fotos, e um espaço dedicado
a perguntas. Esperamos por vocês...Aqui, diversão é
a palavra-chave!
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C31: Superfícies que minimizam área
A origem das superfícies mínimas: o problema de minimização
de área. Exemplos clássicos e exemplos recentes de
superfícies mínimas. A geometria das superfícies
mínimas. O problema de Plateau e questões relacionadas.
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C32: Numeratizar uma experiência
do Ceará na descoberta de talentos para a Matemática
A descoberta precoce de talentos para a Matemática e a melhoria
do ensino fundamental nas escolas públicas são os
principais objetivos do Projeto Numeratizar que se desenvolve
no Ceará desde segundo semestre de 2003. Partindo da premissa
de que o talento para Matemática existe de forma aleatória
na população, independentemente de poder econômica,
raça, sexo, e qualquer outra variável, foi construído
um projeto que generalizou, para as escolas públicas do Estado,
a experiência bem sucedida da olimpíada, incorporando
algumas novidades que permitiram abarcar, sem um grande esforço
do pessoal acadêmico envolvido, uma população
de mais de 110.000 alunos de escolas públicas estaduais e
municipais do Ceará. O projeto esta sendo considerado como
um marco de inclusão social e pode vir a ser replicado em
outros estados.
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C33: Um passeio pelo zoológico de SL(2,
R)
Desde o ensino médio os alunos têm contato com elementos
da Geometria Analítica, sob um ponto de vista mais aritmético
que geométrico. Esta prática muitas vezes continua
nos cursos de graduação em Matemática, pouco
se estimulando à exploração dos aspectos geométricos
dos objetos ali estudados. Nos textos de Álgebra Linear,
usualmente encontramos algumas propriedades algébricas de
certos conjuntos especiais de matrizes, e.g.: matrizes simétricas,
antissimétricas, ortogonais, unitárias, etc., sem
no entanto, haver qualquer menção às propriedades
geométricas destes conjuntos (o que levaria os alunos, de
maneira natural, a uma motivação ao estudo dos grupos
de Lie). Em particular, pouco ou nada se desenvolve (em nível
de graduação) sobre o grupo SL(2,R). Nesta Conferência
vamos abordar, de forma elementar, alguns dos vários aspectos
do grupo de matrizes unimodulares, SL(2,R). Mais precisamente, serão
desenvolvidos os seguintes tópicos: (i) Estrutura do subgrupo
SL(2,Z) de SL(2,R), e propriedades aritméticas. (ii) SL(2,R)
como grupo de transformações que preservam área.
(iii) Relação de SL(2,R) com o grupo das transformações
fracionais lineares. (iv) Geometria de SL(2,R).
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C35: O tamanho de cada conjunto
Sabemos que existem muitos conjuntos finitos e tantos outros infinitos.
Dizer que o número pessoas em Salvador supera o número
de baleias em todo o mundo, é algo fácil de entender
e possível de acreditar. Mas, e se quisermos comparar conjuntos
infinitos? Será que há mais números pares que
primos? Será que existem mais pontos no plano que em uma
reta? Existem tantos inteiros quantos racionais? Incrivelmente,
muitas dessas respostas são surpreendentes! Falaremos sobre
comparações entre conjuntos, cardinalidade, enumerabilidade
e não-enumerabilidade e outros aspectos dos números
e de conjuntos em geral.
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C36: Duas estruturas matemáticas correlatas
Modelagem dos movimentos (mínimos) de uma torre de n-discos:
relações de recorrência. Resolução
de relações de recorrência O jogo do dodecaedro
viajante: ciclos hamiltonianos. Os ciclos no contexto de grafos.
Isomorfismos entre as soluções da torre de Hanói
e os ciclos hamiltoniano.s O sistema binário e a descrição
dos movimentos na torre e nos ciclos
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C37: Normas e condicionamento de matrizes
Duas estruturas matemáticas correlatasO conceito de normas
de matrizes é fundamental em Álgebra Linear. Normalmente
esse conceito não é abordado nos cursos tradicionais
quando as transformações lineares são estudadas.
Além de ser uma oportunidade importante como estímulo
para esta relevante disciplina, o conceito de norma tem conseqüências
importantes na matemática aplicada. Uma forma interessante
em introduzir as normas é por meio do condicionamento das
matrizes, ou ainda, de sistemas lineares por elas envolvidos. É
nesse aspecto que a presente exposição se concentra.
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C38:Distribuição
de riqueza: um modelo simples e a riqueza do modelo.
Problemas
de equilíbrio aparecem em quase todas as áreas de estudo: mecânica
(estática); economia (teoria geral de equilíbrio econômico);
circuitos elétricos; estatística; fluidos e calor, por exemplo.
Estes problemas apresentam uma estrutura Matemática em comum, que
pode ser bem explicada usando álgebra linear e grafos, como
detalhado em G. Strang, Introduction to Applied Mathematics,
Wellesley Cambridge Press, Wellesley, Massachusetts, 1986. A
proposta então é apresentar esse modelo em um contexto de
distribuição de riqueza.
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C39: Bilhares em Polígonos.
Pretendemos
apresentar alguns conceitos e resultados básicos de sistemas dinâmicos
através de um exemplo clássico em dimensão dois: as aplicações
do tipo bilhar.
Uma aplicação do bilhar é obtida considerando-se o movimento de
uma partícula livre numa região limitada por uma curva plana,
simples e fechada , de
modo que ao chocar-se com a fronteira a partícula é refletida
seguindo a seguinte regra: o
ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão.
O objetivo é apresentar alguns resultados recentes sobre as aplicações
do tipo bilhar em regiões limitadas por curvas convexas,
ilustrando-os por meio de exemplos.
Aplicação do tipo bilhar: definição –exemplos: bilhar no círculo,
na elipse, em polígonos, bilhares de Sinai.
Órbita periódica: definição, órbitas de Birkhoff,
classificação e métodos de obtenção.
Curvas Invariantes: definição- Teorema de Birkhoff.
Cáusticas e curvas invariantes: o parâmetro de Lazutkin.
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C40: MIXnFIX: um sistema para avaliação
continuada.
O Sistema MIXnFIX permite a individualização e a correção
automáticas de provas objetivas. Dificultando a cola e
desaparecendo o ônus da correção os professores podem aplicar
exames e testes com mais freqüência, o que obriga os alunos a se
manterem em dia com a matéria. Nesta palestra apresentamos a
nossa experiência em dois cursos de Licenciatura Noturna na UFPE
(um deles iniciou com 79 alunos). O resultado tem sido encorajador
pois os alunos se sentem muito mais seguros pelo fato de haver 8
avaliações fora 2 finais.
Compare estes números com as duas avaliações e a única final do
sistema tradicional, em que a sorte no curso é decidida nestes
poucos momentos. Assim, os alunos têm melhor freqüência e melhor
desempenho pois a recompensa pela seriedade no estudo é imediata. O
grande desafio pedagógico para nós, professores, é desenvolver a
criatividade para elaborar provas objetivas que realmente avaliem o
aprendizado. Por exemplo, a compreensão da prova de um teorema
importante pode ser tornada uma questão objetiva. Realmente
impressionante é a taxa de provas corrigidas por hora: ela é
superior a 24000 provas!
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C41:Polinômios
homogêneos no estudo de fluidos.
Um polinômio p(x,y) é homogêneo de grau k se p(t×x,t×y) = tk p(x,y). Além disso, p(x,y) é harmônico se D
p = 0. Veremos nesta apresentação que uma função vetorial
f(x,y)
= ( p1(x,y),
p2(x,y)
) tal que p1(x,y) e p2(x,y)
sejam harmônicos e homogêneos de grau k ³
2 é uma função geratriz de soluções das equações de Stokes:
-nD
u+
Ñp
= 0 ,
Ñ×u = 0.
Do mesmo modo, vamos construir funções geratrizes f(x,y,z)
para as equações de Stokes em três dimensões. Este resultado foi
obtido de forma mais geral por Hi Jun Choe em 1999. Será também
discutido o uso destas funções na aproximação de problemas de
valores de contorno envolvendo as equações de Stokes.
Em mecânica dos fluidos, as equações de Stokes modelam o
escoamento de fluidos lentos em regime permanente. No modelo
tridimensional, as funções u(x,y,z) e p(x,y,z)
representam a velocidade e a pressão do fluido na posição (x,y,z),
respectivamente, enquanto n
representa a viscosidade do fluido.
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C42:Linguagem
e criatividade no ensino da matemática
O
desenvolvimento desta fala consiste em apresentar encaminhamentos
que vêm a somar à prática docente no que se refere ao processo
ensino-aprendizagem da matemática, desmistificando esta área do
conhecimento vista até então com rejeição e taxada como
“bicho-papão” por grande parte dos educandos, conceitos estes
trazidos pela chamada matemática moderna que privilegia a linguagem
formal, memorização de fórmulas e a abstração, que distanciada do
nosso cotidiano se torna repetitiva, cansativa, desestimulante, e
por conseguinte os resultados do estudo desta disciplina são poucos
animadores. Para tanto algo prático e utilitário ligado à realidade
concreta e não abstrata deve ser propiciado como formas de
interação, fácil compreensão e significação para despertar o prazer
e motivação por esta disciplina, certamente metodologias
diferenciadas se fazem necessárias na efetivação deste trabalho.
Neste contexto cabe ressaltar a importância da linguagem dotada e
aplicada pelo(a) professor(a) no desenvolvimento de suas aulas, pois
ensinar matemática não é apenas operar simbologia, e sim desenvolver
os conteúdos a partir do universo de conhecimento dos alunos. Muitas
vezes, informações sem significados são transmitidas aos alunos
tornando a aula enfadonha e traumática. Em maior parte das escolas,
os professores apontam geralmente três alunos aproximadamente,
considerando estes os “melhores” da turma, para questionarem e dar
encaminhamentos as suas aulas, eu aponto apenas um, o mais
necessitado, a diferença é que, quando desenvolvido um método ou uma
linguagem adequada atingindo a compreensão deste aluno, já não
necessita se preocupar com a assimilação dos conteúdos pelos demais,
porque efetivamente neste momento se realiza a verdadeira
aprendizagem. É imprescindível a utilização de recursos pedagógicos
que associados a uma linguagem clara tornem a aprendizagem
significativa atendendo as necessidade básicas curriculares do aluno
repercutindo no seu sucesso escolar.
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C43:
Multicurso Matemática
O Programa
Multicurso Matemática foi desenvolvido pela Fundação Roberto Marinho
com o objetivo de contribuir com a qualificação da educação básica
brasileira. Inicialmente, esta contribuição se dá pelo
desenvolvimento de um programa que tem como base o trabalho de
Formação Continuada dos educadores de Matemática do ensino médio e o
apoio da presença em sala de aula de um material didático concebido
por uma equipe de renomados especialistas em matemática e
comunicação.
Os educadores envolvidos no Programa passam a se organizar em grupos
de estudo de matemática, os GEMA, que se reúnem quinzenalmente, sob
a coordenação de um dos integrantes do grupo. Cada GEMA tem também
um tutor, especialista em matemática, que assessora e os orienta,
fazendo uma interface entre os educadores e a equipe central do
programa. O Multicurso estimula o envolvimento e prevê atividades
também para coordenadores pedagógicos e diretores das escolas,
garantindo apoio logístico nas salas de aula e subsecretarias, de
forma a integrar toda a comunidade escolar.
A cada bimestre os coordenadores e tutores dos GEMA se reúnem em um
seminário para discutir a aplicação do programa nas salas de aula e
relacionar procedimentos de atuação.
Por ser uma experiência ao mesmo tempo à distância e presencial, o
Multicurso dispõe de um ambiente virtual (www.multicurso.org.br)
onde todos os participantes podem expor suas experiências, ter
acesso a informações sobre atividades em curso, fazer cadastros,
consultas e conhecer os demais educadores envolvidos no programa. O
ambiente virtual permite haver comunicação contínua, fortalecendo os
laços entre os participantes e colaborando para a formação de uma
rede de aprendizagem cooperativa.
Para assegurar ainda mais legitimidade ao Multicurso Matemática, ele
é monitorado e avaliado por uma equipe externa em todas as etapas de
aplicação, ao longo do ano, a fim de rever práticas e procedimentos
e melhor atender aos beneficiados do programa.
Este ano, são beneficiados diretamente pela aplicação do Multicurso
em Goiás 2.400 educadores e 109.000 alunos da primeira série do
ensino médio. A implementação é uma parceria entre a Fundação
Roberto Marinho, a Secretaria de Educação de Goiás e a Fundação
Pró-Cerrado.
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C44: Sobre as origens da Geometria e suas
aplicações mais antigas.
Traçar
o panorama da evolução da Geometria ao longo das civilizações
mais antigas que viveram no Egito, Mesopotâmia e Grécia.
Você sabia que o Teorema de Pitágoras não é de Pitágoras? Venha
saber sobre isto e muito mais em uma apresentação panorâmica
da evolução do conhecimento da Geometria ao longo das
civilizações que viveram no Egito, na Mesopotâmia e na Grécia na
antiguidade.
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C45:
A evolução da Estatística nos últimos 2000 anos
Nesta conferência
apresenta-se um resumo dos principais conceitos e avanços da
Estatística nos últimos 2000 anos. Especial ênfase é dada à era
Fisheriana. Esta conferência é baseada na cronologia da Estatística
elaborada pelo autor e disponível no site da Associação Brasileira
de Estatística (www.ime.usp.br/~abe).
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C47:Sobre a
Equação Diofantina x2+ y2 = N
SOBRE A EQUAÇÃO DIOFANTINA
(1) x2+ y2 = N.
Seja R(N) o número de soluções inteiras
de (1), isto é,o número de pontos de coordenadas inteiras sobre o
círculo (1). A função de Landau – Ramanujan L(N) é
definida como a cardinalidade dos inteiros
0 < n
£ N que são
representados por x2+ y2, isto é,
tais que x2+ y2 =
n tem alguma solução
inteira. Então, mostraremos que: R(N) < 2L(4N) .
A demonstração é inteiramente elementar.
Esses e outros resultados análogos fazem parte de um
trabalho conjunto com C. Pugh, em elaboração.
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C48: Modelagem Estocástica de
Sequências Portadoras de Informação
Seqüências
genéticas, cadeias de amino-ácidos, seqüências rítmicas na fala,
seqüências de dados econômicos, parecem ter em comum um
comportamento que, apesar de ser não determinístico, contém
informações precisas a respeito do sistema que as produziu.
Recentemente, um importante trabalho de pesquisa em teoria das
probabilidades foi feito buscando modelos que descrevam e
caracterizem seqüências desse tipo. O objetivo desses modelos é
identificar a informação contida nessas seqüências. Nessa palestra,
faremos um balanço de alguns resultados recentes na área com ênfase
nas cadeias de Markov de alcance variável e nas cadeias
quantificadas ligadas. A palestra será ilustrada com exemplos
concretos lingüísticos e biológicos produzidos pelo trabalho recente
de pesquisa realizado no núcleo de Modelagem Estocástica e
Complexidade da USP.
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